quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Surpresas do cotidiano

Sempre prestei muita atenção às pessoas a minha volta, em qualquer canto que eu vá, olho pra elas e fico tentando imaginar suas vidas, seu cotidiano, seus pensamentos. 
Elas estão sempre tão apressadas, eu mesma estou sempre tão apressada quanto elas, e ainda assim, a curiosidade em saber porque tanta pressa, o que elas sentem quando se dão conta de tanta correria, me invade de uma tal maneira que posso até ser considerada, pasmem, obsessiva... Mas têm um lugar onde essa minha estranha mania tem seu ápice: O metrô. 
Aqui onde tantas vidas se encontram e se desencontram, se perdem mas podem se achar na próxima estação. Aqui eu sinto essa minha necessidade maior. O ritmo dos meus pensamentos aumentam ao olhar pra esses rostos e querer saber de seus contextos, coisa tão impossível não? mas isso fica secundário hoje, porque tão impossível quanto eu conseguir saber o que se passa em tantas mentes é encontrar alguém que ainda têm um bip ( leia-se aparelho eletrônico de não sei quanto tempo atrás) mas pra minha alegria, o impossível pode acontecer e eis que me deparo com uma senhora que mais parece saída daquela exposição do Ron Mueck, de porte grande, com a pele tão branca que parece mesmo de cera, sentada, à margem dos olhares que a cercam, lá está ela com uma capa de chuva transparente que lhe cobre todo o corpo, destacando-a ainda mais dos outros passageiros, na certa esperando alguma mensagem, com seu bip nas mãos...

Falta de amizade também faz sofrer

Esse texto é sobre amizade que, na minha opinião, é o segundo sentimento mais sublime que existe. E como algumas amizades, que a gente jurou pra sempre, tambám acabam.


Sabe aquelas pessoas que a gente confia e que achamos o máximo? Então, era assim que eu via você, mas de repente algo aconteceu, e não sei explicar exatamente o quê foi ou quando foi, o que sei é que comecei a duvidar que você fosse mesmo o que eu pensava... Isso me causou um estranhamento com relação aos meus sentimentos, porque me decepcionou. E eu que sempre achei que não me decepcionaria com ninguém mais. Não que as pessoas não sejam capazes de causar decepções, mas sim por achar que já não me surpreendia com nada...
Qual não foi a minha surpresa quando me vi triste por me sentir preterida, porque percebi que eu não sou alguém importante pra você, que embora você diga sempre que sou sua amiga, talvez a melhor amiga, na verdade você nem sabe a dimensão dessa palavra, você nem me conhece...
Percebi que você não sabe ler nas entrelinhas, não nas minhas, não o que eu tentei desesperadamente dizer. 
Entendi que você nunca sacou que apesar do meu jeito despojado, da minha mente demasiado aberta, e de ser a favor de tantas coisas que são consideras erradas, despudoradas ou imoral, eu acredito em sentimentos bons, eu tento dizer apenas a verdade sobre o que eu sinto e penso. E jamais falaria algo pra te magoar, como você fez. E não, eu não estou zangada com você. A minha mágoa é comigo, por continuar acreditando que sempre vou receber o que dou às pessoas. 
Hoje ainda não consigo entender bem a razão de toda minha tristeza por nós, mas sei que vou pensar minuciosamente e descobrir...
Quando isso acontecer eu vou entender, desculpar a mim mesma pelas bobagens que fiz, e você terá perdido uma grande amiga.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

O tempo que não tivemos

Relações que acabam são sempre difíceis para um dos dois lados, ou para os dois, mesmo que o amor, a paixão ou que quer que sentissem um pelo outro já não exista mais. Mas àquelas relações que poderiam ter sido e não foram, machucam bem mais. Ficamos sempre com aquela sensação de que poderia ter sido bom ou que poderia ter sido ruim, avassalador, tranquilo, duradouro ou passageiro, mas não foi nada, porque não houve tempo, espaço ou um momento para que fosse algo... para quê marcasse de uma outra forma que não fosse com esse vazio do talvez, do e se...
O melhor sentimento é sem dúvida o que é recíproco, mas há esses que nunca serão e mesmo assim permanece na gente como uma segunda pele. Por mais que façamos não pode ser arrancado. E tudo que envolve amar o outro nos acompanha. O ciúme, a vontade de sentir o cheiro, de tocar o rosto, de ficar ao lado mesmo que seja sem dizer nada, só por estar ali, só por sentir a presença;  vontade de dividir o nosso dia, nossas conquistas, de receber
carinho em um desses "bad day"; o desejo de passear de mãos dadas, de viajar, de trocar experiências e de sonhar um futuro que não vai chegar.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Sonho!

Hoje acordei com desejo de você. 
Vontade de tê-lo em minha cama, em sua cama e que isso nos leve a outras camas. Juntos. Enroscados. Encaixados como nunca aconteceu antes.
Todo esse desejo veio de um sonho...
Nessa outra dimensão seu tesão por mim dava pra sentir a quilômetros de distância, e eu sentia mil vezes mais pois estava muito perto. Senti todas as vezes que ensaiou pra me beijar, e agradeci ao universo quando, enfim, o ensaio virou cena real.
Nossas línguas se entrelaçaram num jogo de palavras que nunca foram ditas e que jamais seriam. Não havia necessidade de dizer. Tudo que precisávamos saber, o sabíamos ali, naquele beijo. Eu acordei.

Sobre o meu ciúme

“Ciúme é mal conselheiro”- dizia minha mãe, mas eu nunca escutava de fato, eu achava que não tinha ciúme, sempre fui acima dessas frivolidades. Como achar não é ter certeza de nada, no fundo, eu desconfiava que esse conselheiro caminhava lado a lado comigo. Pelas vezes que eu fiquei de cara feia com alguma amiga por estar com outra amiga, pelos sorrisos que deixei de retribuir aquele carinha especial, só porque outro dia o vi conversando com uma garota, que mais tarde descobri que era a irmã dele, mas sem desculpa, a garota era mesmo irmã dele, pode isso?
Enfim, muito tempo se passou desde então, e hoje eu tenho certeza do quão ciumenta eu sou, e de como esse sentimento foi crescendo em mim, à medida que eu também crescia.
Muitas vezes me perguntei se ser ciumenta é sinal de insegurança, se é meu ego querendo se satisfazer ou se é só meu modo de dizer: Olha, eu me importo com você! Não obtive respostas concretas, mas estou inclinada a acreditar que é uma mistura de tudo isso.
Diante dessa verdade, inúmeras vezes, salvo algumas em que me escapam as palavras, eu vou caminhando com esse inimigo íntimo, e arrisco dizer que nos damos bem. Eu não deixo ele me dominar e ele entende que ficar aqui em segredo é a única maneira de coexistirmos.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Aqueles dias...

Eles se conheceram e se gostaram logo de cara. Ela o encantou com aquele jeito tão vivo, aqueles olhos que mais pareciam um daqueles dias de outono em que se tem saudades do que não viveu. Ele se apaixonou, afinal quem não se apaixonaria por aquela menina/mulher? Todos os dias se seguiram de um intenso outono, eles se envolveram, se amaram e em um desses dias, assim sem mais, se esqueceram.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

A paz de estar inteiro

Manhã de chuva, ouvindo uma boa música e pensando... 
Essa combinação poderia ser desastrosa para um coração partido, mas quando se está inteiro a sensação é do que podemos chamar de felicidade. 
Felicidade porque a musica não dói e a saudade já não aperta o peito, porque foi entendido que amor não correspondido é como uma roupa velha que já não nos cabe mais. Quando já sofremos tanto com isso e encontramos essa paz, é como olhar o mundo e entender que ele é nosso, e que podemos abraçá-lo sem medo dele não caber em nossos braços. 

O quê dizer nessa hora?

Minha mente está desfilando histórias sobre amores que não deram certo; ou deram pelo tempo necessário. Nem um minuto a mais. E em uma delas, me lembrei de uma amiga que descobriu que a pessoa de quem ela gosta estava namorando. Ela disse pra ele: "Parabéns, desejo felicidades!", quando na verdade o que gostaria e deveria ter dito era: "Desculpa se não posso te desejar felicidades. Ainda penso muito em nós dois. ainda gosto muito de você, mas desejo profundamente, no futuro, me alegrar ao te ver feliz."
Se ela houvesse dito isso, eles provavelmente não se falariam mais e as chances dela esquecê-lo seriam maiores. No entanto sua resposta deu margem para ele achar que de fato tinha nela uma amiga. Quem sabe ele até peça conselhos que lhe ajude em sua nova relação.
Fico pensando quanto sofrimento poderia ser evitado se ela apenas dissesse o que sente.
Mas o que dizer nessa hora? A vontade de pedir" fica comigo?" se mistura com o medo de uma suposta humilhação;  o medo de sair por baixo nos confronta e diz o que vai ser? A saída mais fácil, mas talvez não menos dolorosa, desejamos felicidades e a vida segue, amarga mas segue.
Orgulho disfarçado de amor próprio nos traz mais desventuras que algumas verdades.

O amor não é fogo que arde sem se ver...

Pensei em me sentar em frente ao computador e escrever sobre o que viesse a minha mente. Isso até funciona quando o escritor não tem medo de seus próprios sentimentos e pensamentos, o que não é o meu caso. Quando é pra falar de amor então, tantas coisas se misturam, tantos sentimentos, tantas lembranças que me perco no que sinto hoje e no que já senti em outros tempos. 
Ouvi muitas pessoas dizerem que só se ama uma vez. Discordo; acredito que se ama na mesma proporção que se decepciona, e como as decepções ao longo da vida são muitas, muitos são os amores. Cada um com sua importância, com sua particularidade, com sua loucura normal. Acredito que é possível amar duas pessoas, e não me surpreenderia se alguém me dissesse que ama mais do que o que nos foi imposto amar. Porque em um mundo de tantos encontros e com pessoas tão singulares, seria mesmo uma bobagem jurar amor a uma só.
Os amores que a vida nos traz deveriam se vividos com toda sua intensidade, e quando acabassem que fosse decretado o fim. E não se fala mais nisso; ao invés disso, o que pensamos é que o amor não é fogo que arde sem se ver, porque quando deixa de ser amor, as queimaduras são visíveis a olho nu.
 O poeta disse: "Que não seja imortal, posto que é chama; Mas que seja infinito enquanto dure."
Ah! se algum dia ousassemos compreender esse poema que Vinicius lindamente nos deixou, acenderíamos novas chamas e não guardaríamos mais as cinzas.

Uma palavra, muitos sentimentos

O amor é... deixe-me pensar!

Como meu primeiro post nesse blog, com um nome até genérico, escolhi falar sobre o quanto é impossível definir a palavra amor. Espero ser coerente mas nem tanto, já que o sujeito desse texto tem sua base em sentimentos irremediavelmente incoerentes.
Já reparou como muitas pessoas falam sobre amor sem entender o que estão dizendo? Claro amor a gente sente e não entende... isso seria uma boa explicação, mas muito limitada, e eu não me contento com explicações limitadas, então aqui esta meu ponto de vista: O amor provavelmente é a mistura de carinho, amizade, lealdade, admiração, liberdade, apego, saudade, cuidado, proteção e muitos outros sentimentos que talvez nem tenham sido nomeados ainda. E se colocamos aqui o amor romântico, amor homem/mulher, aí sim teríamos que adicionar muitos outros ingredientes que vão dar forma a esse laço ... Então juntamos tudo isso e percebemos que limitar tanta coisa que sentimos a uma só palavra talvez seja falta de criatividade.


Pense bem, os cartões, as cartas ou mesmo os sms ficariam muito mais interessantes de se lê quando escritos expressamente com o que se está sentindo. 
Por um mundo em que aprendamos a usar todos os sentimentos ao invés de defini-los como um só.