Não
me peça calma, meu bem.
Me peça amor, palavras fugazes, prazeres
efêmeros...
Me peça pra despir o corpo, a mente e a alma, mas não
fale sobre calma.
Eu Posso ser tudo que você quiser...
Posso brincar de
amar, posso fazer você acreditar em anjos. Os bons e os maus. Posso
bagunçar sua casa, sua rotina, e talvez, deixe você fazer o mesmo
com a minha...
Mas calma está fora do nosso trato.
Nosso acordo
firmado envolve beijos quentes, noites acordados, juras que não
precisarão ser feitas, aliás, melhor que não sejam...
Juras
envolve calma, e essa eu não posso te dar.
Minha calma foi levada
por anseios que não posso e nem quero controlar. Tenho pavor de
pessoas, coisas, vidas calmas. Gosto é de quem não tem medo de
ousar, de mostrar a que veio, de se fazer inesquecível mesmo que
tenha ficado aqui por um dia.
Aspiro ser esse tipo de pessoa e, como
tal, não cabe em nenhuma parte do meu ser errante e vibrante essa
calma que me pedes.
Te dou o melhor de mim...
Mas não peça calma a
alguém ansioso, meu bem.
Lamento!
Não sou calma.