sexta-feira, 8 de abril de 2016

Um dia o futuro também passa

Sobre as coisas que passam e sobre como nós deveríamos deixá-las passar sem tanta resistência. Porque essa insistência em não querer que o novo chegue? Ele vai chegar, nós queiramos ou não, e em algum momento, pode ser ele breve ou mais distante, também chegará a hora de passar. É claro que tem coisas que passam mas que continuam vivas em nossos corações, em nossa memória. Como se aquele lugar fosse especial só pra essa lembrança. E talvez seja mesmo. Talvez nós tenhamos uma cota de hd que poderá  guardar somente determinada quantidade de coisas. E o restante, o que não for relevante, ou que for muito triste pra guardar, deve ir para a pasta lixo.
 Essas coisas não vão ficar. Não terão um lugar de recordação fácil. A pasta lixo não é acessada nunca. O que vai pra lá a gente automaticamente deleta da memória. Então, quando as coisas novas querem chegar, e a gente se nega tanto a mandar pro lixo essas coisas que devem ir, é que o sofrimento parece não ter fim. Parece que o novo nos ronda mas não entra. Somos nós, sem perceber, que estamos travando a entrada em outra página, por medo de sair dessa ou por essa janela. É só uma linha, bem tênue, entre jogar o que não serve na lixeira e abrir espaço pro que vem chegando. O que ainda vai servir e  se moldar perfeitamente a nós. E então acontece o que sempre esperamos, a felicidade volta. E vem viver, de novo, por um tempo com a gente!