quarta-feira, 10 de agosto de 2016

Ainda que nossas verdades sejam efêmeras!

Eu não entendo bem essas coisas de não esquecer algo. Essas frases que a gente, vira e mexe, encontra por aí, dizendo que o que tá gravado de verdade não desaparece, que o amor de verdade não acaba, que a amizade verdadeira não morre. Sei lá eu o que é verdade nesse mundão tão cheio de caras e jeitos. Tão cheio de normas para se fazer algo; até para amar algo ou alguém é muita norma a seguir. Muito jogo pra conquistar, muito fingimento. Desculpa, eu não sei fingir, aliás, eu não quero fingir. Tudo que eu mais quero é poder dizer quem eu sou, o que penso, e  deixar claro também que isso não  é a verdade, é só a minha verdade nesse espaço de tempo em que eu a digo. Que amanhã ela pode se mostrar só um pensamento tolo que eu tive, dias atrás, nesses dias, hoje. Amanhã tanta coisa se movimenta, tanta coisa vai e outras tantas chegam, que fica inviável dizer que o que tá gravado no coração nunca se esquece. Eu já esqueci tanta gente, e olha, eram pessoas que, pra mim, estavam mais que gravadas, mas de repente, os nomes foram substituídos, alguns se apagaram, e os poucos que restam, ainda, de muito tempo, eu procuro fazer manutenção na relação que temos, só porque temo que também se apaguem tão logo eu pisque os olhos.