quinta-feira, 23 de junho de 2016

Não se prenda pela possibilidade da dor, solte as amarras

Então eu tinha um amigo. A gente se dava bem mesmo, sabe aquela coisa de querer sempre contar as coisas um pro outro, de querer verdadeiramente dividir o que te acontece? Éramos assim. Ou pelo ao menos era assim que o meu amor por ele me fazia nos enxergar. Claro que a essa altura e talvez até antes, eu já sabia que toda situação muda, o que é bom, pois não importa se o momento é horrível ou fantástico, irá mudar; e aconteceu com a gente. Mudamos tanto um com o outro que era impossível não notar. Engraçado é que mesmo percebendo a mudança que ocorria ainda nos procurávamos, com menos frequência, claro, para contarmos nossas coisas e saber sobre como andava a vida, mas nos faltava as pequenas coisas daquela nossa amizade. Fatalmente, sendo bem dramática, bem mais do que a situação exige, eu, já cansada de tentar dar um jeito, cansada de dizer sempre que o queria na minha vida, que era a última vez que falaria sobre o quanto ele estava estranho, me afastei por completo.
Meio que estranhamente, já que não tenho lembrado muito dele, hoje estava pensando nessa história, e me veio uma certeza tão grande de toda aquela situação: A gente insiste tanto nas coisas e nas pessoas por esse medo danado de romper o laço de vez, ou talvez a melhor definição seja: Romper  as amarras. Se não te faz mais bem, ainda que exista um bom sentimento ali, rompa. A vida vai te mostrar depois que foi o melhor a fazer. E isso nem de longe indica que, no caso do meu amigo e eu, nunca mais nos falaremos. Talvez a gente só precise de um tempo, como toda relação às vezes precisa, pra que nossa amizade se reafirme. Ou não. Pode mesmo ser que tenha passado nosso tempo. E não há mal nenhum se for esse o caso. 
Eu estou bem com isso. Espero mesmo que ele também esteja.